segunda-feira, 25 de abril de 2011

Criar intuito de esforço



O texto de hoje diz respeito a evolução dentro do karate, de toda a jornada desde a branca até preta. Quando um novato chega ao Dojo à tendência dele é copiar os mais graduados, tentar se comparar a ele. É uma atitude muito natural, porem deve-se tomar cuidado para não virar uma busca obsessiva em que a pessoa tenta se igualar a outra em tudo. 

Vivemos num país multirracial e temos pessoas com vários tipos de biótipo. Deve-se levar em consideração que o que é fácil pra um pode ser mais difícil para outro. Por isto querer copiar uma pessoa pode ser um erro, pois ela tem um ritmo e você tem outro.

Inúmeras vezes eu escutei a seguinte história:

“- Olha só como fulano faz o kata unsu, eu nunca farei como ele.”

“- Como eu queria ser como aquele campeão ali.”

“- Ah, ele pode, olha a abertura de perna que ele tem...”

“- Ah fulano pode fazer tal kata, eu não.”

Isto é um erro, pois o caminho no karate é diferente para cada um, cada karateka trilha seu próprio caminho, solitário. É claro que temos nossos colegas, nossos exemplos, nossos senseis... Eles fazem parte deste caminho, mas estes só nos auxiliam ou atrapalham, não trilham o caminho por você. Ainda não existe karate por procuração, não que eu saiba. Não são os outros que vão treinar por você. Não vai ser comparado o que os outros podem e você não pode fazer que vai te fazer evoluir.

Não tenha como meta o que o seu ídolo faz, tenha como meta os seus próprios limites. Se hoje eu sou deste jeito, amanhã serei melhor ainda, trabalharei para ser cada vez melhor.
Mude a mentalidade, diga:

- Eu vou treinar, treinar, treinar. Vou me aperfeiçoar, me tornarei o melhor, não pelos outros e nem pra provar nada pra ninguém, mas por mim mesmo, porque quero me superar todos os dias.

Se você se comparar aos outros, sempre terá alguém melhor e alguém pior do que você.  Saiba que os grandes campeões, os grandes karatekas, se superaram antes de tudo, superaram os seus próprios limites, suas próprias dificuldades.

Alguns aqui no RS já devem ter visto um rapaz que perdeu os movimentos de um dos braços. E quem já viu sabe que ele é tão ágil e tão habilidoso quanto uma pessoa dita "sem limitações". Meus colegas que não tem limitações nenhuma perderam feio pra ele. Será que o braço dele foi uma limitação? Acho que não, pois ele superou isto. Porem vejo pessoas que tem limitações bem pequenas, minúsculas, que literalmente empacam sua evolução. 

Mas vou dizer que a pior limitação é aquela que criamos pra nós mesmos.

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