terça-feira, 29 de outubro de 2013

O que os karatetekas querem para o karate?

Eis a pergunta que não me quer calar:

O que os praticantes de karate querem para a sua modalidade no futuro?

A reposta não é positiva, sinto muito dizer, a resposta que chega até mim é muito negativa, é péssima.

Infelizmente declaro que o karate esta indo para uma morte lenta e gradativa e que todos os esforços que uns e outros bravamente fazem, acabam se perdendo por causa das brigas, picuinhas, egolatrias, etc.

Estou vendo o karate se dividindo mais e mais. Este é um processo que nem eu, e nem você karateka podemos mais parar. O karate vai se reinventar.

Continuo este texto mais tarde, estou cheia de trabalhos para fazer, estou sem tempo.

Preparem seus dedinhos, pois vou dar nos dedos de muita gente.

A critica vai ser forte.

sábado, 13 de julho de 2013

Boicotadores no karate -

Pois é karatekas, no ambiente do karate temos que lidar com muitas controvérsias. Mas a culpa não é do karate, é de alguns praticantes do karate.

Teve um karateka ai (não direi o nome, nunca digo), cheio de Dans nas costas, que teve a capacidade de procurar a academia na qual ofereci meus serviços para me difamar, passar uma ideia negativa de mim... Caso não saiba, insinuações nominais depreciativas, dirigidas a uma pessoas em especifico é crime contra a honra de calúnia, injuria e difamação.

"""
Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
 """

Se estou sendo equivocada, se a história não é bem assim, peço desculpas, porem não me surpreendo da difamação ter vindo da pessoa que veio, por isto entre a pessoa que me contou e a pessoa que me difamou, acredito nos fatos da pessoa que me contou. Se o difamador quiser contar sua versão dos fatos, a criatura sabe como me encontrar, sabe quem é meu sensei e em qual federação estou filiada, etc.  


Há muito tempo cheguei a conclusão que o numero de Dans não fazem um karateka, muito menos o numero de medalhas que tem no pescoço. Uma pessoa que tem a fama que tem, preside uma instituição, com meia dezena de Dans nas costas, que já tem seu nome feito (é só o nome), se dar o trabalho de se importar com um 1ºDan que sequer lhe é uma ameaça? Caro karateka, pra ser importante tu tem que passar por cima dos outros? Então quer dizer que tu não se garante por sí só?

Isto é patético.

Não deveria e pessoa, ainda mais na posição que ocupa, se expor com este tipo de baixaria, de responder a qualquer tipo de argumentação, leviana ou justa. 


quinta-feira, 7 de março de 2013

Aulas de Japonês na UFRGS

Pessoal, peço encarecidamente, procurem um curso de japonês para depois vir me incomodar por causa de termos japoneses.

Já estão abertas as inscrições para o Curso de extensão em  Línguas Estrangeiras na UFRGS (NELE).

Neste semestre serão realizados os níveis I e III do Básico Japonês, são aulas duas vezes por semana a noite.

Lembro que não é um curso caro.

Estou deixando o link para mais informações:


Núcleo de Ensino de Línguas Estrangeiras da UFRGS (Nele).


OSS.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Autodidatas no karate

 
Tenho visto alguns karatekas, alguns que por sinal dão aulas e fazem blogs, que adotam o sistema do autodidatismo, ou seja, aprende o karate sem a supervisão de um sensei. Não sei porque cargas d'água preferem assim, pois bem ou mal temos muitos senseis bons por ai.

Não consigo ver com bons olhos a questão do karateka autodidata, pois sempre temos que ter uma opinião critica de alguém que esta vendo de fora, de preferencia alguém mais experiente, pode até ter a mesma graduação, mas teve ser alguém mais experiente. Não confio na capacidade de alguém poder se autoavaliar, pois quem se autoavalia pode cometer muitos equívocos e mesmo assim achar que esta fazendo o correto.

Tenho observado que algumas pessoas se poem a estudar todo o tipo de material que vem a cair em suas mãos, livros, sytes, enciclopédias digitais, filmes, programas “científicos” de TV, etc. Realmente estas pessoas adquirem um conteúdo vastíssimo de conhecimento, porem será que tudo que foi consultado realmente é de uma fonte segura? E se é de uma fonte segura, será que o indivíduo que estudou realmente entendeu o que estava sendo proposto? E se não entendeu direito, será que não poderá vir a distorcer os fatos no futuro? E se a fonte não for segura, não poderá tambem distorcer o conteúdo aprendido fazendo uma miscelânea total?

O que tenho notado é que tem surgido muitos sabichões por ai, pessoas que se dizem no direito de corrigir os outros porque: “- Eu sei, eu estudei pra isto!!!”. Porem com quem a pessoa estudou, foi com algum professor, fez algum curso, vivenciou alguma situação ou cultura, tirou algum certificado? O que afinal aprendeu, um monte de mentiras verdadeira? Aprendeu meias verdades? Aprendeu algo e acrescentou algo mais? Será que esta pessoa vivenciou e colocou realmente a prova seu conhecimento para provar que estava correta? E Experiencia, será que esta pessoa tem ou seu conhecimento se resume as bobagens que leu?





Acredito que algumas pessoas podem ter um QI alto o que as torna inteligente o suficiente para poder aprender algo sozinhas, eu sei que existem pessoas com “altas habilidades” e “super dotação” que nos surpreendem. Estas acredito que me fariam perguntas muito inteligentes, porem as questões que os autodidatas me colocaram na maioria das vezes continham erros bestas. Se existe algum karateka muito bom que aprendeu de forma autodidata, este eu ainda estou para conhecer.




Outra coisa, eu particularmente não acredito em algumas pessoas que vem ultimamente lançando conteúdos na internet, dizendo que consultaram determinados locais, inclusive dados de prefeituras em uma ilha japonesa... Não acredito nisto porque parece ser algo muito banal pegar um monte de dados de sei lá a onde e dizer que foi de tal lugar lá do Japão, sendo que é difícil negociar com qualquer órgão japonês sem que se prove exatamente o que se quer e o que se pretende. Todas as pessoas que sei que frequentaram Dojos no Japão, passaram anos lá para aprender migalhas de conhecimento. Não é tão fácil assim, lembro de casos que chegaram a meu conhecimento de estudantes de faculdade que tentaram parcerias com universidades japonesas para o desenvolvimento de trabalhos, até chegar a um senso comum entre as entidades era uma burocracia, não era coisa de dias, era de meses, as vezes de anos. Porem o que vejo são pessoas lançando teses e mais teses. NÃO acredito que em tão pouco tempo alguém lance tanta tese por ai!!!!!!! Trabalho de faculdade é trabalho de faculdade, tese é tese, tem que passar por avaliação de banca examinadora. Eu desconfio de uma tese que venha de gente que recebeu punição de federação por vestir a faixa-preta, bater fotografia e publicar na rede sem ter prestado nenhum exame de Dan. Eu desconfio de gente que afirma e poem em currículo que foi monitor de um clube quando ainda sequer possuía graduação pra isto, e o pior, é eu consultar o responsável pelo clube e descobrir que a criatura nunca foi monitor de tal entidade. Desconfio de uma pessoa que após ter tido a orientação de alguns senseis, conseguiu logo após a afaçanha de perder totalmente o credito destes mesmos senseis. Se uma pessoa mente na base, quem me diz que não mente em coisas "importantes"?

Existem pessoas muito autodidatas para terem orientação de um outro sensei mais graduado, fico pensando até que ponto isto não é orgulho por não aceitar a correção de outras pessoas. Fico pensando até que ponto o autodidatismo não é um pretexto para a criatura não ter que ficar ouvindo sempre alguém corrigindo seus erros. Assim é muito fácil saber, pois não tem ninguém pra dizer que algo pode estar sendo interpretado de forma equivocada, ou seja, tudo estará sempre correto a onde não deve estar correto e errado a onde não deve estar errado.

Eu desconfio quando a pessoa se diz mais do que é! É como diz o ditado: Quando a esmola de mais, o santo desconfia.


P.S.: Um colega karateka fez uma observação, acho bom colocar aqui. Hoje a internet nos coloca a disposição ferramentas de tradução instantâneas (google tradutor, Altavista tradutor). Isto facilitou muito o entendimento de testos escritos em outras línguas  porem são sistemas falhos na transcrição de qualquer língua. Na língua japonesa então nem se fala, as complexidades da gramatica japonesa não permitem uma tradução confiável, ainda não foi desenvolvida uma tecnologia que possa transcrever a língua japonesa com todas as suas peculiaridades, se existissem seria um programa pesado que não funcionaria em tradutores estilo "Google Tradutor". Tentar usar estas ferramentas para obter informações em sytes japoneses no intuito de achar material e argumentos para seu estudo, é um verdadeiro tiro no pé. Nem mesmo o sistema JWPce que uns e outros enchem a boca pra dizer que é bom é completo.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Karate e religiosidade japonesa

 
Eu outro dia eu li um titulo ai num blog: “A Religião do Karate”.

Não vou entrar em maiores detalhes, mas o autor afirma que o shintoismo é a religião do karate.

?????????????????????

Um dos aspectos curiosos no japão é a questão da religião: qual é religião professada no japão afinal de contas? É o Budismo, é o shintoismo? Alguns japoneses são shintoistas, alguns japoneses são budistas?

Hoje peguei minha mãe, católica, conversando com meu pai, japonês, que atualmente faz seus estudos bíblicos (mais no intuito de criticar o pastor do que de realmente se tornar cristão). Ela nunca fez muita questão de entender alguns aspectos da cultura japonesa, não sei como estes dois conseguiram se achar. Esta discussão me fez lembrar que realmente para os Brasileiros, um povo com uma cultura impregnada de influencias cristãs, fica difícil mesmo entender a espiritualidade e religiosidade do povo japonês.

Mas afinal de contas o povo japonês tem religião?

Sim e não.

O povo japonês tem uma peculiaridade com relação a religiosidade, eles aceitam tudo, ou quase tudo. Na minha opinião o japonês em respeito a religiosidade é tudo e nada. Assim como o japonês pode ir num santuário shintoista, tambem pode logo depois, entrar num templo budista, no outro dia pode comemorar o Dia de São Valentin, no outro o Natal, no outro o Tanabata Matsuri que tem origem em uma lenda chinesa. Os japoneses adoram as imagens dos "Sete Deuses da Felicidade" que incluem, entidades budistas, shintoistas e taoistas. Já vi casos em que o oratórios butsudan e kamidama dividiam o mesmo ambiente. Todo ano no Japão é criada uma nova seita (algumas estão mais para A Ceita, aceitam tudo), algumas com filosofias tão malucas que ficamos pensando se não era melhor colocar camisas de força nos membros, enfiar todos num manicômio, fechar o portão a cadeado e jogar a chave fora. Mas pode-se dizer que as religiões que mais influenciaram a espiritualidade do povo japonês são por ordem de maior influencia: Shintoismo, Budismo, Confucionismo e Taoismo. Não vou me estender demais no assunto de quais foram as influencias que cada uma destas religiões teve no povo japonês, deixarei alguns links no final do post em que você poderá consultar sobre o assunto.

Voltando ao tópico: o karate tem religião?

Já abordei um pouco do assunto em outro post, sobre significado das fotos no Dojo (As fotos presentes no Dojo). Disse que em fotos da JKA aparecia um Kamidana, um oratório Shinto. Porem nunca disse que a religião do karate era o Shinto. Afirmei que é habito dos japoneses cultuar os antepassados e que geralmente para este fim os japoneses tem em suas casas retratos próximos aos oratórios que podem serem tanto um kamidana como um butsudan (oratório budista). Ter um oratório budista ou shintoista em casa varia muito da pessoa, assim como tambem da família japonesa e da região do Japão. E por falar em região do Japão...

Qual a origem do karate mesmo?

Okinawa, não é?

O Japão é um caldeirão cultural, eu não posso, e nem ninguém pode, nem mesmo o japonês pode dizer que as manifestações culturais e religiosas no Japão são uniformes, elas de longe são. Os matsuris (festivais) por exemplo, são diferentes de uma região para outra, mudam de características de um distrito para o outro. E o que não dizer de Okinawa, um arquipélago entre a China e o Japão que teve em seu território influencias tanto da cultura, chinesa (Taiwan), coreana e japonesa? Tudo em Okinawa é diferente do resto do Japão, arquitetura, vestimenta, manifestações culturais, língua, musica, religiosidade... Enfim, em alguns aspectos Okinawa apresenta muito mais influencia da cultura Taiwanesa do que da Japonesa. A religiosidade em Okinawa é bem peculiar da região.

Eu particularmente não sei qual era a religião que o Mestre Funakoshi praticava, nos livros que li a respeito de sua vida esta questão não fica clara, sei que era um homem muito erudito e que leu muitas escrituras chinesas confucionistas (que fazia parte da educação da classe guerreira). Acredito que o kamidana que fica no Dojo da JKA (Dojo de Shotokan) esta relacionado ao Shintoismo Estatal. Na época que o karate saiu de Okinawa (era Meiji) e foi para o resto do Japão o Shintoismo era considerada religião oficial do Japão (era Religião do Estado*) e seu culto chegou a ser imposto. Sabemos que o sensei Funakoshi fez várias adaptações no karate para que o mesmo fosse aceito no resto do Japão, inclusive mudando nomes de katas, modificando os ideogramas da palavra karate, tornando-o menos Okinawano. Tudo que fizesse nem que seja uma minima alusão a outras culturas que não fossem consideradas "legitimamente japonesas" não eram bem vistas pelo povo japonês na época (povo totalmente bitolado e manipulado pelo governo militarista, nacionalista). Como falei em outro post, o BUDO foi uma adaptação do Bushido, uma ideologia nova para ser usada na formação moral do povo japonês (durante a era Meiji e na era Showa até o final da 2ªGuerra).

Outra questão tambem é: o que se usa nos Dojos de outros estilos, um Botsudan**, um kamidana***, ou nenhum dos dois, mas sim algo similar na cultura Okinawana como o GUANSU ou TOTOME? Existe um estilo de karate, o Isshin-ryu, em que o simbolo do estilo é uma Deusa (Mizugami). O Isshin-ryu saiu direto do Japão para os EUA no pós guerra, por isto não sofreu influencia do governo nacionalismo japonês. Lembro que o Karate (ou Tode) tem muitas de suas raízes no Shanfa (Wushu chinês, Gralha Branca ou Shaolin), já vi em muitos documentários sobre o karate de Okinawa em que se faziam rituais aos antepassados de forma parecida aos rituais praticados na academias de Wushu na China.


Fotos de um altar okinawano (Totome ou Gansu)


Dizer que o karate tem religião ou é uma religião é um tanto leviano!

Ainda mais que o povo japonês tem esta característica peculiar de aceitar varias crenças religiosas e de fazerem estas mesmas religiões de origens diferentes coexistirem harmonicamente. Portanto nem eu, nem mesmo um japonês podem afirmar que a religião do karate é o Shintoismo.

O que é certo afirmar é que um costume geral do povo japonês, independente da região, é cultuar os antepassados, prestar homenagem aos que já estiveram entre nós e que são responsáveis por nossa atual existência. É isto que se leva em consideração quando se cumprimenta as fotos dos mestres no Dojo.



Para saber mais da religiosidade no Japão consulte os seguintes sytes:







Para saber mais da Religiosidade na ilha de Okinawa (Utiná ou Uchina):



Para saber mais sobre o Xintoismo estatal:



* O Xintoismo Estatal foi uma ideologia promovida pelo governo japonês desde a era Meiji até a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Este sistema foi dissolvido pelo Comando Supremo das Forças Aliadas (EUA). Esta ideologia foi não só aplicada nas forças armadas mas como tambem no sistema de ensino e consequentemente tudo que envolvesse alguma didática, tudo tinha que seguir esta ideologia.

** Butusdan



















*** Kamidana


















PS.: Gostaria que algumas pessoas entendessem o que foi este período de Nacionalismo japonês, seria todo o período da era Meiji e parte da era Showa. Foi um período que a nação japonesa se abriu para o mundo, se modernizou e se ocidentalizou. Foi um período de grande crescimento industrial para o pais. Foi um período em que os governantes japoneses tentaram acompanhar o expancionismo de outros países como Reino Unido, USA, França, etc. Até certo ponto isto foi bom para o povo japonês, troce progresso, por outro lado houve um preço. Só pra variar um pouquinho, quem mais se beneficiava com isto eram os ricos e nobres o povo até certo ponto se beneficiou, os pobres, continuaram pobres, tanto que alguns saíram do Japão e foram para o Brasil, EUA. Toda esta expansão exigia súditos fiéis, patriotas que fossem até o inferno por sua nação, esta é uma das origens do nacionalismo japonês, esta doutrina imperou até o final da segunda guerra mundial.  Se um império quer expandir teremos que ter soldados, uma juventude, um povo disposto a entrar num navio de guerra e invadir outras nações, este povo precisa de uma disciplina, de uma doutrina (BUDO entra ai), de princípios, de uma identidade nacional (Xintoismo estatal), de um ídolo (o Imperador), de um orgulho (uma nação invencível) . Neste contesto o karate saiu de Okinawa e entrou no Japão. Você sendo um humilde professor de primário, introduzindo sua arte numa nação nacionalista, o que faria? Iria contra? Se adaptaria? Não digo que Funakoshi e outros mestres fossem nacionalistas, talvez só tenham se inserido no contesto por não terem outra opção. Funakoshi e seu filho chegaram a desenvolver técnicas de ensino de karate para o exercito e marinha japonesa (Ten no kata Omote), sim eles treinaram jovens para ir à guerra. Pouco importa se Funakoshi era de acordo com o nacionalismo ou não, se fosse contra o governo não apoiaria o karate, na verdade todo o povo japonês era bitolado. Porque os USA fizeram questão de abolir este regime e acabar com qualquer um de seus resquícios? Hitler tambem queria uma nação nacionalista, unica, soberana, invencível, os japoneses tambem queriam, tanto que se aliaram aos alemães e receberam o titulo de "Arianos Honorários". O Nacionalismo japonês foi tão cruel com os povos que subjugou quando o Fascismo ou Nazismo, em requintes de crueldade eles se equivalem. Nacionalismo japonês foi cruel com seu próprio povo, pergunte pra quem vivenciou isto, pode perguntar para meu pai. Os Americanos, foram bacanas? Basta lembrar de dois experimentos que os USA resolveram testar (Litle-boy e Fat-man). Quem lê o livro biográfico de Funakoshi pode notar que ele não fala detalhes deste período, nem poderia, a guerra levou muitos de seus alunos, levou seu único filho homem, levou seu Dojo, levou sua esposa.



sábado, 19 de janeiro de 2013

Respeito Acima de Tudo X Prepotência

Outro dia me deparei com a seguinte frase no Facebook:

"Respeito, quando existe, é mutuo, porque no momento que alguém acha que merece mais do que o outro, já não existe mais respeito."


O que achei curioso é que a frase chegou até mim sendo escrita por uma pessoa prepotente, mas...

Eu acho estranho isto, justo as pessoas que mais se dizem, são as que mais atacam, as que mais se acham isto ou aquilo, são as que mais faltam com respeito, e justo estas são as que tambem se acham no direito de se dizerem desrespeitadas. É um comportamento um tanto curioso do ser humano, não enxergar o próprio rabo.

Respeito a gente deve a todos, indistintamente. Porem quando alguem deixa de nos respeitar por este ou aquele motivo, ainda mais quando é um motivo besta, fica difícil retribuir o respeito. O respeito tem que ser de dentro pra fora, e não de fora pra dentro. Ninguem pode impor o respeito que não faz por merecer ou que não fez o minimo esforço para merecer. Ninguem pode exigir o respeito que não deu anteriormente. Temos uma lei que é infalível, a lei de retorno, tudo que fizemos nos retorna. A Lei da física que Newton descobriu tambem é uma lei universal para o relacionamento humano. Uma Lei vigente Independente das pessoas se relacionarem no Brasil, no Japão, na Internet, no Karate, enfim, é uma lei universal. Deixar de fazer tambem é uma ação, é não fazer nada.

Como diz a frase: "é mutuo".

Só temos aquilo que fazemos por merecer.

Convido vocês a pensarem: se hoje me sinto desrespeitado, será que não deixei de respeitar um dia?

É muito fácil apontar os erros dos outros, mas ser humilde o suficiente para enxergar os seus erros, é outra coisa. Portanto, quando apontar o dedo para os outros com acusações, se pergunte se não as pode fazer para si mesmo.

Devemos tomar um cuidado especial com relação ao nosso ego, ser prepotente com os outros em muitos casos é faltar com respeito, é não respeitar o fato de outras pessoas terem o seu espaço e seu conhecimento. Se julgar superior, se julgar conhecedor, se julgar dono da palavra, exigir que a sua verdade seja aceita sem questionamento de outros é impor a sua vontade, é ser prepotente. A pessoa pode até estar certa nesta ou naquela questão, realmente pode ser grande conhecedora deste ou daquele assunto, mas jamais pode chegar impondo isto aos outros sem considerar a sua condição. Existe uma coisa que devemos sempre ter, HUMILDADE. Ser arrogante, ser prepotente, ser soberbo, se elevar acima dos outros, é deixar ser humilde, é não respeitar a condição dos outros.

"Porque todo aquele que se elava será rebaixado, o que se rebaixa será elevado." 
(Lc  XIV, 11)

Portanto, antes de achar que o mundo gira em torno de sua faix..., quer dizer, de seu umbigo, pense que nós é que giramos em torno do sol, ou melhor, do universo.

Alias, já que anteriormente falamos em alguns aspectos da língua japonesas, falarei de um que tem tudo haver com o tema abordado.

Já repararam que os japoneses sempre quando se dirigem a alguem falam uma palavrinha no fim da frase? 

Fulano "SAN".
Beltrano "SAN".

A terminação "SAN" no final da frase quando você fala se dirigindo a pessoa é um tratamento de respeito, é mais do que chamar alguem de senhor ou senhora. Porem a pessoa que fala nunca pode se referir a si mesma com a terminação "SAN", pois ela não pode se elevar com relação a outra pessoa. Para isto existe outra terminação, "DES" ("DESU" no Kurei-shiki e Hebon-shiki).

Errado:

Anatawa furano SAN.
Eu sou fulano "SAN".

Correto:

Anata wa furano DESU.
Eu sou fulano.

Se o alguem se referir a si mesmo como "Fulano SAN" estará faltando com respeito a outra pessoa, principalmente com quem esta naquele momento conversando. Se tu falar com um japonês referindo a si mesmo com o "SAN" ele vai pensar: - Mas que sujeito mais arrogante, que mal educado, quanta prepotência!

A mesma situação encontramos nas palavras SENSEI, SENPAI e GOHAI.

Nunca devemos nos referir a nós mesmo como:

Eu sou senpai.
Eu sou sensei.
Eu sou teu senpai.
Eu, senpai fulano.

Se você merece ser chamado de sensei, de senpai, as pessoas se dirigirão até você assim, pois isto é um tratamento de respeito, de reconhecimento de outra pessoa pra com você. Você poderá se referir a outra pessoa como sensei, senpai, gohai, mas nunca se referir a si mesmo perante a outra pessoa desta forma.

Pode falar:

Fulano é meu senpai.
Funalo é meu sensei.
Sensei, pode me explicar este kata por favor.

Na Cultura japonesa você nunca deve SE ELEVAR ACIMA DOS OUTROS!

Pra mim que sou descendente de japoneses, que sempre quando me dirigi ao meu pai (chichi) foi de orelha bem baixa e sempre o tratando por Sr. e nunca por você, fica difícil aceitar alguem chegando até mim de forma prepotente. Eu que sempre fui educada a tratar os outros como o Sr., a Sra.. Fica difícil respeitar quem já chega até mim montando banca, fazendo pose de bonzão, me corrigindo e de forma prepotente dizendo que sabe tudo. Fica difícil aceitar arrogância por parte de alguns karatekas, ainda mais quando vejo que eles em graduação de faixa são tanto quanto eu. Um nenos graduado eu até entendo porque ignora certas coisas, o gohai é mais digno de orientação do que outra coisa! Mas um que tem a mesma graduação que a minha... Já era pra dar o exemplo, não é mesmo?

Quando vejo um karateka se mostrando para os outros, se dizendo isto ou aquilo, e ainda se gabando de conhecer TUDO da cultura japonesa, eu fico mesmo muito chateada, pois vejo somente pela postura desta pessoa que ela apesar de ter conhecimento não aprendeu o que é mais importante dentro do karate e da cultura japonesa, não aprendeu a ser HUMILDE! Pois tudo na cultura japonesa é ter recatamento, tudo na cultura japonesa é ter respeito pelo outro.

Outra coisa que aprendi com os japoneses: quem não faz por merecer nosso respeito, não merece ter consideração. E este tipo de tratamento eu pude ver nos japoneses com quem convivi. Os japoneses são extremamente frios e indiferentes com quem lhes faltou com respeito. Os japonês (salvo exeções, pois no budismo se prega a compaixão) dificilmente perdoa a pessoa que um dia agiu com prepotência, só perdoa quando esta vem implorar perdão, ou faz um sacrifício de si perante a pessoa ofendida. Quando o ofensor se humilha, ai sim merece perdão pelo reconhecimento de sua falha, porem voltar a confiar, isto é outra história. Humildade é o que falta para alguns, humildade para reconhecer seus erros, humildade para reconhecer suas limitações, humildade para reconhecer que não são donos da verdade (alias, ninguém é).

Tem um karateka ai que escreveu:

"- Mais respeito comigo, pois eu estudei pra isto."

Estudar para alguma coisa e "conhecer" (na verdade nunca podemos dizer que sabemos tudo) não te exime de ser respeitoso com os outros, tambem não te dá o direito de impor respeito sem ser merecedor ou fazer por merecer. Igual a faixa-preta, principalmente 1º Dan, não é sinônimo de sabedoria e nem titulo de nobreza! Faixa-preta não é coroa que se ponha na cabeça e se diga:

- Agora o karate sou eu, você tem que me respeitar!

Faixa-preta não é prepotência, é responsabilidade, principalmente ser responsável por aquilo que faz, diz e pensa. É responder pelo que se faz.

Se um dia karateka, você faltou com respeito a alguem, reconheça, faça tudo para reconquistar o respeito, se humilhe e peça perdão, engula seu orgulho, faça isto (faça um dogesa). Jamais se justifique se fazendo de vitima das circunstancias que você mesmo criou pra si sendo prepotente.  Não tenha a postura patética de ficar acusando os outros quando o principal responsável foi tu mesmo.

OSS

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Respostas - A volta dos comentários

Acho bacana estas mensagens no facebook.









Não preciso entrar em detalhes, isto resume o que tenho pensado sobre o karate e sobre alguns de seus praticantes.

Em breve espero estar liberando novamente os comentários do Blog, vamos ver o que vai rolar, uma experiencia, vamos ver se não me arrependo futuramente, mas mesmo assim vai ser moderado.

OSS!!