sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Karate tem a ver com cultura samurai?


Qual a ligação do karate com a cultura samurai?

Gostaria que antes de você, karateka, procurar tirar conclusões precipitadas com relação à cultura japonesa e a questões históricas do karate, procure estudar e entender a história do Japão e do karate. Uma coisa que também quero que entendam é que se criou ao longo dos anos todo um mito em volta da imagem do samurai, tem muita coisa que o pessoal exagera, digo que há uma imagem romântica criada por uns e outros bitolados.

Alguns associam o karate a cultura Samurai, porem as artes-marcias que geralmente a classe samurai praticava eram a esgrima, a montaria, o arco e flecha e a luta corpo a corpo (o Ju-jutsu). O karate (To-de) era uma prática que ficava restrita a Okinawa. Agora se o karate era praticado ou não pela classe samurai de Okinawa, provavelmente era, mas restrito somente a esta area. Leve em consideração que a cultura de Okinawa bem diferente do resto do Japão.

A Classe samurai como tudo no mundo teve seu momento de glória e de decadência. A época que o karate saiu de Okinawa e foi para o resto Japão (era Meiji) era de grande transição. A era Meiji foi um período de grandes mudanças culturais e de reformulações de valores. O Japão estava deixando regime do xogunato e sendo unificada sob o domínio do Imperador. Todo o contexto que envolvia a cultura samurai deixou de existir e um novo contexto foi criado. A classe samurai se extinguiu, teve iniciou uma época de forte militarismo (no contexto militar ocidental). Este militarismo levaria o Japão a varias guerras o que culminaria nas duas bombas atômicas foram lançadas no território japonês dando inicio a tal da Guerra Fria.

Sensei Funakoshi era descendente de samurais e sua formação pessoal se deu exatamente no período turbulento da era Meiji, tanto que ele, filho de samurai, se sujeitou a ser professor de escola primária. Muitos descendentes de samurais se sujeitaram a outros tipos de trabalho e não mais tinham o status do período Edo, inclusive muitos ganhavam pouco, passavam até fome.

O conceito BUDO surgiu na era Meiji adotando alguns conceitos dos antigos princípios samurais. As artes-marciais deixaram de ser exclusividade de uma classe guerreira e se tornou um meio de aprimorar o caráter das novas gerações que surgiam independente de pertencerem a uma classe privilegiada ou não. As artes-marcias passaram as ser ensinadas nas escolas, nas universidades. Situação que se mantêm até hoje na sociedade japonesa. Entre estas artes-marciais esta o karate. A ligação do karate com o valores samurais é por causa dos conceitos do Budo, que é uma releitura de principios samurais para os tempos atuais.

Numa outra ocasião vou dizer o que penso sobre alguns cultuadores de samurais, principamente uns ia que gostam de sair arrotando filosofia. Tambem vou criticar uma pseudo cultura do Samurai do seculo XX distorcida que rola por ai.

sábado, 24 de setembro de 2011

Etiqueta no Dojo

 
Ossu

Outro dia conversando com uma praticante de Judo entramos no assunto da etiqueta no Dojo. Infelizmente tenho que confessar que a etiqueta nos Dojos de Karate esta bem a desejar. Talvez porque os próprios senseis não cobrem, ou pior, não dêem a mínima para etiqueta, pois só querem saber de medalhas e troféus. Talvez muitos destes senseis por ai tenham já aprendido o erro de outros senseis que não se preocuparam de passar os princípios do karate a diante.

Só digo uma coisa, medalhas envelhecem, enferrujam, oxidam, com o tempo ficam penduradas ou jogadas num canto. O caráter a pessoa vai carregar a vida inteira, vai estar sempre presente em cada um de seus atos. É bom ser um campeão, mas melhor ainda é ser uma pessoa de bem, de bom caráter. E não confundam bom carater com ingenuidade, uma coisa não tem nada a haver com a outra.

Vou colocar aqui algumas observações com relação a alguns pontos da etiqueta japonesa e a onde elas aparecem no karate.

Tirar os sapatos antes de entrar no Dojo:

A Judoka com quem falei acha um absurdo o pessoal do karate ficar pisando no chão e depois entrar no tatami com os pés sujos. Ela tem razão, pois os sapatos a gente usa na rua, nos ambientes em que o chão esta sujo. Se não fosse para proteger nossos pés, então porque haveríamos de usar sapatos? Meu pai (que é japonês) sempre fala que para os japoneses só os animais é que andam por toda parte com os pés sujos. O que nos diferencia deles é que nós temos o discernimento de proteger nossos pés da sujeira e, mesmos quando temos que colocar nossos pés na lama, temos a capacidade de lava-los. É por isto que o povo japonês tem o habito de tirar os sapatos que usa na rua para entrar em casa, e se estiver muito frio, usa um outro sapato só para o ambiente domestico. Isto não se resume ao ambiente doméstico mas a outros ambientes como, escolas, hospitais, alguns restaurantes tradicionais, DOJOS, e locais de treinos, etc. E pode parecer uma frescura do povo japonês, mas já assisti reportagens, se não me engano no Fantástico, em que mostrava a imundice que trouxemos nos nossos sapatos.

Então karatekas entendam, não é só o fato de tirar o sapato quando tem que pisar no tatami, mas tambem não pisar nele com os pés SUJOS!!!

Mesmo aqueles Dojos que não tem o tatami esta regra tem que ser obedecida, pois mesmo sem tatami estaremos com os pés expostos e o local de treino deve ser livre de impurezas.

Comprimentar o Dojo:

Os karatekas estão relaxando nisso tambem.

Em outra postagem falei da importância do Ojigi (cumprimento japonês) e de como faze-lo, mas não falei quando faze-lo.
De preferência fazer sempre!!!!

Então vou dar um “roteiro” (não tem que ser roteiro, tem que ser hábito) de em quais momentos comprimentar.

Quando chega no Dojo:

  1. Antes de tudo, fazer uma reverencia na porta do Dojo;
  2. Reverencia antes de pisar no tatami (se o tiver no dojo);
  3. Reverencia a foto do Mestre Fundador do estilo (Funakoshi, Miyagui, Mabumi, Oyama, etc);
  4. Reverencia ao sensei (na falta do sensei ao mais graduado);
  5. Após espere o sensei dar ordem para entrar no tatami;
  6. Por ultimo reverencie os colegas (de preferência os mais graduados primeiro).

Durante o treino:

  • Sempre que o sensei te pedir ajuda, ou sua colaboração, ou dar alguma explicação seja ela coletiva ou pessoal, não esquecendo sempre de dizer “OSSU”;
  • Sempre que for trenair com um colega, comprimente-o antes de depois do exercício;
  • Sempre depois da execução de uma técnica, quando o sensei falar “iasseme”;
  • Sempre antes e depois de iniciar um kata.

Ao sair do Dojo:

Nunca saia do Dojo sem a permissão do Sensei!!!

  1. Comprimente o sensei (na falta dele o mais graduado);
  2. Comprimente a foto do Mestre Fundador do estilo (Funakoshi, Miagui, Mabumi, Oyama, etc);
  3. Comprimente o Tatami (se o tiver no Dojo);
  4. Comprimente a sala do Dojo;
  5. Vá embora sem fazer algazarra e nem atrapalhar o treino, caso tenha que sair antes do horário do final da aula.

Obs.: Este roteiro não exclui a reverencia inicial e final do treino, em hipótese alguma.

Farei um post especial para falar do cumprimento nas competições. Na minha opinião o local que mais anda havendo equívocos com relação ao cumprimento.

PRINCIPALMENTE POR CAUSA DAS MODINHAS!!!!

Esta virando Bunda-le-le, me dá até vergonha!!!!

OSSU.

sábado, 10 de setembro de 2011

Os Derrotados do Karate



Desculpas não atualizar este Blog, estou trabalhando muito e meu computador foi monopolizado durante o periodo da noite.

Bom, o post de hoje é pra falar da postura de alguns karatekas que vejo por ai, alguns que gostam de se fazerem de vitimas das circunstancias. Não raro eu vejo senseis fazendo isto e entulhando a cabecinha de seus alunos. É muito fácil colocar a culpa de sua incompetência nos outros como, por exemplo, nas federações, na arbitragem, na equipe técnica, na academia do outro. Não raro vejo as picuinhas entre karatekas, muitas vezes antigos colegas e parceiros. Nestas picuinhas se criam inimizades entre equipe, “um joga a culpa no outro” de sua incompetência.

“Jogar a culpa no outro é a melhor maneira de tirar o corpo fora!”

Tirando algumas ovelhas negras do karate que conheço e que sei que realmente são mal-caráter e usurpadores, nestes anos de karate que tenho já percebi que quem procura se aperfeiçoar, quem treina, quem faz a sua parte é que se dá bem. O negócio é baixar a cabeça, ser humilde e se dar conta que nunca se sabe tudo no karate e em coisa nenhuma da vida. Humildade antes de tudo e trabalho!!!! Muito trabalho!!!! Antes de ficar culpando o outro de seu mau desempenho no karate se pergunte se esta treinando os kihons da maneira certa, se sua base esta correta, se não esta fazendo corpo-mole nos treinos. E a disciplina, será que esta correta? Será que o respeito com relação aos seus adversários esta realmente sendo levado a sério?

Não existe karate sem disciplina, sem respeito, sem esforço, sem humildade, sem treino!!!

A criatura que se queixa o tempo todo, que reclama de tudo e de todos, que põem a culpa nos outros, é o verdadeiro perdedor, pois tem a atitude de um derrotado. O derrotado é aquele que perde para seus próprios limites, que perde para sua própria incompetência, que faz corpo-mole nos treinos e quer que seu karate seja bom, que quer ganhar medalhas e troféus, mas não corrige sua postura e até mesmo fica zangado quando o sensei chama a atenção.

Não pense que vou poupar os senseis não! Acho cômico ver alguns senseis reclamando que seus alunos foram prejudicados nesta ou naquela competição quando que lá no treino faz vista-grossa para os erros de seus alunos, não os corrige, não cuida da disciplina do grupo. Então é mais fácil dizer que foi roubado na pontuação. A criatura achou então que era fácil ser sensei, fazer os alunos dar meia dúzia de chutes e socos, terminar a aula fazer o senza... Tem que corrigir os alunos vezes! Tem que ensinar princípios! Não é só massagear o ego deles não. E se for ensinar os princípios tem que entender, acreditar neles e dar o exemplo.

O perdedor sempre se queixa de tudo.

O perdedor sempre coloca a culpa nos outros.

O perdedor é sempre injustiçado.

O perdedor é sempre vitima das circunstâncias, porem estas circunstâncias ele mesmo criou para si quando, ao se fazer de vitima, reclamou dos treinos, reclamou da disciplina, etc. Pois este sempre se comportou como um derrotado.

E se você for ver todo o perdedor nato no karate, é perdedor na vida também, pois se tem esta postura no karate, tem esta postura na vida.

E ai caro karateka? Vai criar vergonha na cara e se tornar um vencedor, ou vai continuar neste desculpismo eterno que não te leva a lugar nenhum, somente a derrota?

Em vez de gastar energia falando e se queixando, gasta treinando que tu ganha mais.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Dilema da FAIXA-PRETA


A faixa-preta é uma meta a todos que praticam alguma arte-marcial, qualquer um que se engaje na pratica sonha com uma pretinha na cintura, normal. Existe todo um mito em volta da cor preta de uma faixa. É a garantia de que pelo menos naquela arte a criatura que tiver a preta é o perito no assunto. Isto é o que os leigos pensam...

Mas nos primórdios, quando o karate ainda era chamado de To-de, lá em Okinawa, sequer existia a tal da faixa-preta. Funakoshi, por exemplo, só foi usar uma faixa depois de anos de prática, e antes de usá-la, já era á muito tempo um perito. Primeiro não existia o karate-gi, foi inventado depois. As primeiras graduações foram a faixa-branca (Mudansha) e faixa-preta (Yûdansha)*. O Curioso é que amarravam formas bem diferentes da que amarramos hoje.


Os primórdios do karate. Esta vendo alguma faixa? Só na cabeça. Não tinha nem o Do-gi.



Motobu, Miyagi e Funakoshi amarrando o uwagi para não abrir. Jeitos muito diferentes de amarrar a faixa, nem parecido com as formas de hoje.


Saindo do contexto histórico e voltando ao mito, vejo o quanto se dá um valor exagerado e ao mesmo tempo equivocado para o uso da faixa-preta. Muitos quando a recebem ficam a se exibir por ai como se fossem crianças que ganharam um brinquedinho que poucos têm. Isto quando não serve somente para enaltecer o ego inflado de pessoas que sequer tem maturidade de vestir uma faixa-preta.

Digo uma coisa que deve servir para todos aqueles que estão para fazer exame para faixa-preta:

SE VOCÊ NÃO SE GARANTE SEM UMA FAIXA-PRETA, JAMAIS VAI SE GARANTIR COM ELA.

Vou dizer mais, a pretinha não é nenhum objeto mágico, miraculoso, iluminado, que vai mudar a sua vida no karate. Plim! Ganhei a preta! Agora sou o bonzão, ninguém mais me segura no karate. Isto é patético, conheço karateka de depois de se tornar preta até regrediu, ficou pior, sem falar nos muitos que pararam, não foram alem. Não são poucos os que param no 1ºDan.

Tem mais, existem senseis por ai que ficam a fazer exames em seus alunos passando eles de faixa em faixa sem que tenham competência. É só dar o dinheiro que se faz o exame. Por isso não se surpreendam se vocês virem por ai Mané que é uma verdadeira pereba no karate exaltando uma faixa-preta. Aliás, um dos meus senseis falou uma vez: Se você chutar uma lixeira por ai na rua, pulam dez faixas-pretas.

Eu já vi pessoas ainda na faixa-roxa que tinham muito mais competência para ser faixa-preta, muito mais maturidade, muito mais qualidade técnica, mas estavam da roxa simplesmente porque não viam necessidade de fazer exame. Tem muitos colegas meus que ainda estão no 1ºDan, mas que mereciam 3ºDan. Porem tem faixa-preta por ai que não dou nem uma faixa-laranja, aliás, desejaria que nem tivessem encontrado o caminho do karate, pois só dão vergonha.

A faixa-preta é um peso muito grande e por isto mesmo que exige muita maturidade para tê-la. Todas as faixas, independente da cor, são um peso a mais. Exigem maturidade a branca, a amarela, a vermelha, a laranja... Para praticar o karate tem que haver maturidade! A graduação que se ganha não é para ficar se vangloriando para os outros, não é objeto de exibicionismo, é para HONRAR! A faixa é um merecimento, é parte de você, do seu esforço, do seu suor, da suas dores, das inúmeras pancadas. Faixa sem suor não vale nada!

E pra finalizar eu vou dizer que o Karate não termina na faixa-preta, o karate não termina nem quando tu entras no caixão, se duvidar vai alem da vida. Como diz nos “Vinte princípios do Karate”:

“O karate é uma pratica vitalícia.”

Em outras palavras:

“O karate é para a vida toda.”

Aliás, o karate inicia na preta!

As outras cores foram só pra te preparar para o karate.


*Errata - fui corrigida pelo sensei Denis Andretta com relação ao contexto histórico na questão da aplicação das faixas coloridas no karate. Segundo seu esclarecimento o karate adotou do sistema de kyu/dans porque na epoca era uma exigencia da DAI NIPPON BUTOKU-KAI para reconhecimento do Karate no Japão. O primeiro sistema de graduação, anterior a atual, eram penas duas Faixa branca (Mudansha) e Faixa preta (Yûdansha). Jigoro kano era um homem de visão e um colaborou muito com grandes senseis como Funakoshi, Mabuni e Miyagi para a divulgação do karate de Okinawa.
O pior de tudo que eu sabia disto.
Peço desculpas a todos, Gomen.
Recomendo que ler o comentário que ele fez.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sensei - 先生 (o que nasceu antes)



セン (sen)
Significado: frente, antes.
セイ (sei)
Significado: viver, existir , nascer.

No Japão o termo “sensei” não é só usado para se referir a um professor, mas também a pessoas que atingiram um grau elevado de conhecimento em uma área especifica como médicos, advogados, sacerdotes e monges budistas, lideres religiosos, técnicos, políticos etc. Tem uma conotação parecida ao termo “Doutor” que usamos. Também é utilizado para aquelas pessoas que conseguiram se destacar em alguma arte, pintura, cerâmica, poesia, etc.

A imagem do sensei é muito respeitada no Japão, em alguns casos até mesmo venerados.  A pesar de no Japão eles ganharem pouco tambem. O próprio sensei Funakoshi foi professor do que pra nós hoje é o nsino fundamental. Quem já leu o seu livro "Karate - O Meu Modo De Vida" sabe bem o que o mestre passava.

Devo muito do meu karate a dois sensei os quais já mencionei num post anterior. Confesso que já dei muito trabalho para eles. São ótimos senseis! Ambos são pessoas de muitos princípios e já geraram polemica por defender estes mesmos princípios. É natural que pessoas que tenham convicções e as defendam gerem muita polemica. Posso dizer que nenhum deles usou meu dinheiro e para pagar o aluguel ou para se promover. Nenhum deles massageou meu ego ou facilitou minha evolução. Muito pelo contrário, eles foram até bem rígidos comigo, e hoje, depois de dar tanta cabeçada, entendo porque agiram assim, foi para o meu bem.

Infelizmente existe por ai pessoas que se "dizem" senseis que não valem um ovo. É muito triste ver turmas de praticantes seguindo pessoas que só as ensinam pelo dinheiro, pela promoção pessoal, sem se preocupar com a evolução de seus alunos. Acho lastimável alguém ter que massagear o ego do aluno para que ele treine no seu Dojo e acho mais lastimável ainda quando alguém cai no papo furado destes senseis de meia tigela. Infelizmente tem gente que precisa de um bando de “baba ovo” para vangloriá-lo e tem gente que precisa ter seu ego massageado para se sentir importante.
Isto é pobreza de espírito!

O verdadeiro sensei vai querer sua evolução, ele vai te cobrar sempre, vai ser franco contigo dizendo no que esta errando. Ruim seria se o sensei olhasse para seus erros e sequer chamasse sua atenção, só te fizesse elogios. Seu karate mesmo sendo uma porcaria estaria sempre bom. Pensa bem, alguém esta enganando e outro alguém esta querendo ser enganado.

Obs.: Recomendo um filme do diretor Akira Kurosawa intitulado “Madadayo”, este mostra o relacionamento de um sensei com seus alunos de faculdade.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Criar intuito de esforço



O texto de hoje diz respeito a evolução dentro do karate, de toda a jornada desde a branca até preta. Quando um novato chega ao Dojo à tendência dele é copiar os mais graduados, tentar se comparar a ele. É uma atitude muito natural, porem deve-se tomar cuidado para não virar uma busca obsessiva em que a pessoa tenta se igualar a outra em tudo. 

Vivemos num país multirracial e temos pessoas com vários tipos de biótipo. Deve-se levar em consideração que o que é fácil pra um pode ser mais difícil para outro. Por isto querer copiar uma pessoa pode ser um erro, pois ela tem um ritmo e você tem outro.

Inúmeras vezes eu escutei a seguinte história:

“- Olha só como fulano faz o kata unsu, eu nunca farei como ele.”

“- Como eu queria ser como aquele campeão ali.”

“- Ah, ele pode, olha a abertura de perna que ele tem...”

“- Ah fulano pode fazer tal kata, eu não.”

Isto é um erro, pois o caminho no karate é diferente para cada um, cada karateka trilha seu próprio caminho, solitário. É claro que temos nossos colegas, nossos exemplos, nossos senseis... Eles fazem parte deste caminho, mas estes só nos auxiliam ou atrapalham, não trilham o caminho por você. Ainda não existe karate por procuração, não que eu saiba. Não são os outros que vão treinar por você. Não vai ser comparado o que os outros podem e você não pode fazer que vai te fazer evoluir.

Não tenha como meta o que o seu ídolo faz, tenha como meta os seus próprios limites. Se hoje eu sou deste jeito, amanhã serei melhor ainda, trabalharei para ser cada vez melhor.
Mude a mentalidade, diga:

- Eu vou treinar, treinar, treinar. Vou me aperfeiçoar, me tornarei o melhor, não pelos outros e nem pra provar nada pra ninguém, mas por mim mesmo, porque quero me superar todos os dias.

Se você se comparar aos outros, sempre terá alguém melhor e alguém pior do que você.  Saiba que os grandes campeões, os grandes karatekas, se superaram antes de tudo, superaram os seus próprios limites, suas próprias dificuldades.

Alguns aqui no RS já devem ter visto um rapaz que perdeu os movimentos de um dos braços. E quem já viu sabe que ele é tão ágil e tão habilidoso quanto uma pessoa dita "sem limitações". Meus colegas que não tem limitações nenhuma perderam feio pra ele. Será que o braço dele foi uma limitação? Acho que não, pois ele superou isto. Porem vejo pessoas que tem limitações bem pequenas, minúsculas, que literalmente empacam sua evolução. 

Mas vou dizer que a pior limitação é aquela que criamos pra nós mesmos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Noticias do Japão

Pois é pessoal, desculpas por chover no molhado.

Até agora não tive noticias dos meus familiares no Japão, tive somente noticias de um colega karate conhecido meu, já treinou comigo, era sensei lá em Novo Hamburgo e esta no Japão estudando.

Com relação ao colega de Karate, ele diz:

"As coisas ainda estao muito caoticas mas aos poucos estao voltando ao normal.Existe uma certa tensao no ar pois se espera mais dois terremotos grandes esta semana. Porem estamos bem."


"Ossu,

P.S.: no dia do terremoto vou te contar, pior que flete redomao!!!!E depois um caos total na cidade."

Resposta do dia 15/03/2011.


Boa sorte pra vocês karatekas que estão ai no Japão, Pingo, Pinto e compania!


Uma semana depois da tragédia, uma encomenda com dois CDs chegou do para meu pai do Japão, era do meu tio que mora em Hachinohe. Ele mandou os CDs antes dos terremotos. Ele talvez demore pra responder, pois é policial e deve estar ajudando nos resgates.

Agora tem que esperar.

sábado, 2 de abril de 2011

O que os karatekas podem aprender com o desastre no Japão.


Oss.

Já se passou três semanas desde que aconteceu o terremoto de 9° ER seguido de tsunami. O Japão ainda luta para controlar a crise nuclear.

O mundo inteiro pode acompanhar todos os fatos em tempo real como se estivessem realmente vivenciando a tragédia. O que mais me chamou a atenção foi a reação da imprensa Brasileira com relação a tragédia, ficaram surpresos que mesmo com tanta confusão os japoneses conseguem ser solícitos, organizados, esperam a sua vez com paciência, são resignados, prestativos. Aqui na America latina as pessoas reagem de outra forma as tragédias, não ha ordem, vira tudo um caos, lojas são saqueadas, as pessoas gritam, se escabelam, tornam as coisas piores do que são por puro desespero, não pensam que ficar histérico só vai prejudicar os outros, não vai ajudar em nada. O que os japoneses tem de diferente de nós? Absolutamente nada! São pessoas como todos nós, a única coisa que nos difere deles é a forma de ver a sociedade.

Se fizermos um exame de consciência serio, sem interferências das paixões, do orgulho e das convicções cegas, veremos que nosso modelo de sociedade valoriza o individualismo, não valoriza o conjunto, o coletivo. Fazemos somente aquilo que é bom para nós mesmos sem pensar que pode prejudicar nossos visinhos, nosso próximo. Não quero dizer com isto que na nossa sociedade não tenha gente correta, prestativa, que honre seus principios, porem existe questões culturias, certas caracteristicas gritantes da nossa sociedade que me chamam muito a atenção. Principalmente eu, que nasci no limiar de duas culturas tão distintas, senti muito com o choque entre as duas.

Por exemplo, acho irônico que existam pessoas que enchem a boca para falar dos maus governantes, reclamar do péssimo serviço de saúde, da injustiça no nosso país quando que lá no pátio dele, no poste de luz, existe um “gato” (ligação clandestina). É ridículo exigir direitos quando se faz tudo para tirar vantagem e infringir a lei. É por causa dos “gatos” que os pagantes honestos tem que pagar cada vez mais caro pela luz. Quando a companhia de luz vai até o local, retira a ligação clandestina e deixa a casa sem o conforto da luz, a criatura se escabela, reclama dos visinhos invejosos que o denunciaram.

No karate praticado aqui vejo a mesma coisa, pessoas querendo tirar vantagens em lutas, competições, exames de faixas, sem fazerem o mínimo de esforço para se tornarem melhor, sem respeitar e burlando as regras de competição e da federação. Fazem questão de mostrar um karate desrespeitoso, indisciplinado e depois quando recebem alguma advertência ou punição da Federação enchem a boca para falar mal. Que moral estas pessoas tem para falar bem o mal do karate e de suas federações se elas sequer fazem a sua parte, se elas sequer dão o exemplo?

Também acho engraçado encherem a boca pra falar dos pontos positivos do karate quando que nas competições o que se vê é o exemplo da falta de respeito, da indisciplina. Ridículo quando que na abertura dos eventos fazemos um juramento de respeitar nossos adversários. Ridículo quando que o que defendemos no Dojo-kun é o “respeito acima de tudo”.

Não é de se admirar nossa reação quando vemos os japoneses mesmo diante de uma tragédia se organizando, se ajudando, mantendo a ordem diante do caos. Claro que nos admiramos, não fazemos esforço nenhum para seguir o exemplo deles! Tanto que quando temos uma tragédia aqui ficamos como baratas tontas, viramos trogloditas brigando por uma caça.

Se quisermos ter uma sociedade melhor teremos que pensar um pouquinho mais como o japonês, pois eles pensam que o que é bom para o outro é bom para si mesmo. Aqui pensamos somente no que é bom pra nós, depois se pensa no outro, os outros que se virem. O problema é que se todo mundo pensa assim não se pode exigir que o outro nos respeite, pois não se faz questão de respeitar a ninguém.

Este respeito ao próximo deve começar dentro do Dojo, no respeito com os colegas, ao sensei, o local de treino. Quando formos cuidar do Dojo que não deixemos para nosso colega tomar uma atitude, que tomemos nós uma atitude, mantendo a ordem, a disciplina, a limpeza no local, sem ter que esperar o sensei mandar. Pois afinal de contas o karate veio do Japão, enchemos a boca para falar da disciplina do karate, vemos diante do exemplo que nos chega pela TV que mesmo em situação caótica o povo que deu origem a esta grande arte-marcial nos dá um exemplo de ordem e disciplina.

Faço uma ressalva para as atitudes dos senseis, procurem valorizar a disciplina em seus Dojos, ensine insistentemente estes valores, pois assim teremos um karate melhor e muito mais organizado no futuro. Poderemos formar os futuros mestres, os futuros campeões (campeões e não galos de briga), os futuros dirigentes de nossa arte.

E caros karatekas, façam um exame de consciência, será que muitas das coisas que temos de reclamar é realmente culpa das federações? Podemos escolher quem serão nossos representantes, não deixem para outros escolherem. Será que exigimos nossos direitos de maneira correta? E se exigimos, será que estamos fazendo por onde?

Não digo que as federações não cometam seus erros, é claro que cometem, mas pra isto existem federados que podem exigir e lutar por melhorias.
Se meu texto deixar mais duvida do que repostas, que bom, terei alcançado meu objetivo, terei feito vocês pensarem.

Oss.

quarta-feira, 23 de março de 2011

As fotos presentes no Dojo

Se quiser saber mais dobre o assunto vide tambem o post: Karate e religião japonesa


Qualquer praticante de karate (e de outras artes marciais) pode observar a foto do mestre fundador do estilo pendurada na parede.


Fotos dos mestres do karate que geralmente estão em lugar de destaque no Dojo

Porque aquela foto?

Muitas pessoas por ai vão me dar uma resposta na ponta da língua, etc. Outros só sabem que ela esta lá para lembrar o fundador do estilo. Esquece o que você vai ler por ai no “wiki da vida” e em outros blogs que só usam o recurso do “Ctrl+C” e “Ctrl+V”. Existem muitos blogs por ai que o conteúdo não é muito confiável, são poucos os autores que se prontificam a realmente estudar e dar a seus leitores um estudo sério. Conheço colegas meus que são ótimos exemplos de karatekas e fazem blogs de ótimo conteúdo, porem tem uns por ai que só querem aparecer.

 Meu depoimento se baseia em vivências de família.

As fotos no Dojo não servem só de enfeite, existe por trás destas imagens um significado muito mais profundo. No Japão se cultua muito os antepassados, principalmente aqueles que nos deixaram algum legado como um pai, uma mãe, um mestre, um professor, um tutor. Qualquer casa em que algum chefe de família já tenha falecido sempre vai se encontrar uma foto dele exposto em algum lugar, muitas vezes próximas de um oratório (Butsudan para os budistas ou Kamidana para os shintoistas). Via de regra, no budismo não há culto aos antepassados, o que se reverencia num butsudan é a o Buda Histórico (Shakyaumi Buda), porem no Japão geralmente os funerais são feitos com rituais budistas. É no shintoismo que se cultua os antepassados. Mas devido ao sincretismo as vezes numa mesma casa pode haver no mesmo espaço um kamidama e um butsudan.
Aqui no Brasil foi introduzido somente o uso da foto no Dojo, pois seria muito custoso fazer um oratório. Alem do mais, para se ter um altar alguém na academia também deveria saber cuidar dele e isso envolve algum conhecimento religioso (o que não cabe a mim ensinar), e como estamos num pais essencialmente cristão, fica um pouco complicado. O próprio governo japonês (consulados e embaixadas) recomendava aos religiosos japoneses (budistas e shintoistas), que vinham aqui para o Brasil atender a demanda dos nipo-brasileiros, que tivessem discrição na pregação de suas religiões. Pois um o fato de vir para um pais de maioria cristã pregar outra religião poderia gerar conflitos.




Em algumas imagens feitas da JKA dá para ver um oratório (Kamidana*) ao fundo do Dojo.


Minha irmã quando viajou para o Japão pode visitar meus tios. Meu pai fez muitas recomendações caso ela fosse visitar a casa dos meus falecidos avós (onde hoje mora minha tia), disse a ela o que levar e o que fazer, etc. Como ela não estava muito acostumada foi entrando na casa de minha tia e não viu o altar que estava na entrada. Minha tia Taka a chamou de volta e falou:
“- Fulana, tu não vai cumprimentar teus avôs antes de entrar na casa deles?”

Claro que minha irmã não era obrigada a saber pois não estava acostumada a fazer, porem isto foi um pouco constrangedor pra ela.

Ela teve que voltar e cumprimentar o altar, acender dois incensos e orar. Também teve que entregar dois mochis (bolo de arroz) de oferenda. Mesmo estando mortos a casa ainda pertence a meus avôs e se deve pedir licença ao entrar na casa de seus donos.

Quando se entra num Dojo se leva em consideração exatamente isto, a presença do mestre fundador do estilo dentro do local da prática dos exercícios. Deve-se considerar em primeiro lugar que a presença dele se encontra ali, dentro do Dojo.

Então karatecas, nunca esqueçam, antes de iniciar sua aula de karate, cumprimente o Dojo (conseqüentemente a presença do sensei fundador do estilo, Funakoshi, Mabumi ou Miaygi, etc), cumprimente seu sensei, cumprimente seus colegas.

Não limite o seu momento de mostrar respeito aos grandes mestres somente no cumprimento inicial ou final da aula, mostre este respeito sempre. Quando estou praticando sozinha no Dojo sempre procuro cumprimentar o mestre antes de depois da pratica dos exercícios. Devemos o estilo que praticamos ao esforço deles, ao conhecimento que eles nos passaram.

Não esqueça um dos princípios do Dojo Kun: "Respeito acima de Tudo".

Este respeito inclui tambem nossos antepassados, principalmente os do Karate.

Oss.

Atenção: Não vai ficar por ai oferecendo bolinho de arroz pra foto, acendendo incensos , só por que dei o exemplo da minha família. Como eu falei, tem que saber como fazer isto. Tem que procurar a orientação de um monge budista ou um sacerdote shinto.

Obs.: Eu sei que algumas pessoas são devotas e praticam sua religião, por isto mesmo não são obrigadas a praticarem aquilo que não aprovam. Se este é seu caso leitor, saiba que aqui eu só dei exemplos, só expliquei a origem do ato de cumprimentar as fotos. Se algum professor de karate impor fazer algo que contrarie suas crenças, não é obrigado a fazer. 

KARATE NÃO É RELIGIÃO!


P.S.: Algumas explicações sobre a religiosidade do japonesa esta em outro post (Karate e religião japonesa), nele explico a diversidade religiosa no Japão e as influencias que cada uma tem no povo japonês.
P.S. 2: Uma errata: as fotos não ficam dentro do altar, nem do butsudan e nem no kamidama, elas ficam próximas do altar e não dentro. A confusão de minha parte é porque minha mãe (que não é japonesa) colocou as fotos dentro do butsudan e meu pai não questionou. No Budismo se reverencia a imagem de Shakyaumi Buda e ele deve ser a figura central num butsudan. Via de regra não há culto aos antepassados no budismo, porem no Japão, algumas vezes dentro das casas o butsudan divide o espaço com o kamidama. No kamidama deve ter dentro dele um espelho que remete a Deusa Amaterasu. As fotos dos antepassados geralmente estão perto do altar, nunca em posição de destaque. Tinha um casal de senhores que apadrinhou meu pai aqui no Brasil, eu os chamava de Diichan e Baachan (vovô e vovó), eles tinham um altar shintoista, mas a foto dos antepassados estava ao lado do altar e não dentro. 

sexta-feira, 11 de março de 2011

Terremoto no Japão e enchete no Rio Grande do Sul.


A principio eu ia atualizar o blog falando alguns pontos com relação a imagem do sensei Funakoshi no Dojo, mas como todos podem ver ocorreu uma tragédia. Estou falando do terremoto de 8.9 ER e do monstruoso tsunami que se seguiu após que abalou o Japão e o mundo.

A região afetada é próxima a terra natal de meu pai e tenho Tios e Primos morando na região norte do Japão na província de Aomori e uma tia que mora em Tókio.
Porto de Hachinohe em Aomori, arrasado pelo tsunami. Os navios sairam do porto e foram parar no meio da rua.

Mas acredito que a região a onde moram meus parentes, Imabetsu em Aomori, não tenha sido muito afetada, pois não esta na área de risco para tsunami forte (com relação a este incidente de 11/03/2011), a cidade esta protegida por uma baía, as ondas que chegaram lá provavelmente foram em bem menor intensidade.

Em vermelho a região de Aomori

No mapa da Japan Meteorological Agency marca toda a região de Aomori como alvo possivel de tsunami


Mais informações sobre o terremoto de 11/03/2011: http://gakuranman.com/great-tohoku-earthquake/


Vemos neste grafico da GDACS (editado pois é muito grande) com as previsões do Tsunami que a cidade de Imabetsu em Aomori seria pouco atingida, vemos tambem que a cidade de Sendai tinha previsões de ondas de 7,1 m de altura o que se confirmou.



Conheço alguns karatekas que estão no Japão e já mandei mensagens para os mesmos, ainda estou esperando resposta. Com relação aos meus parentes com certeza meu pai entrará em contato quando as coisas ficarem mais calmas. Não tem pra que congestionar mais ainda o sistema telefonico do Japão que já esta um caos.

Podemos ver que mesmo o Japão, o país mais preparado do mundo para desastres naturais, não foi capaz de conter os grandes estragos deste terremoto. Até mesmo os japoneses estão surpresos com o tamanho da intensidade e o impacto deste desastre. É claro que o numero de vitimas foi consideravelmente diminuído por causa dos insistentes treinos que são feitos em todo pais para ensinar o povo a lidar com estas situações. Os alertas foram lançados e muita gente pode evacuar os locais de risco de tsunami, mas mesmo assim a onda gigantesca chegou muito rápido, muitos não devem ter conseguido fugir a tempo. 


Video feito pela rede Globo após o tsunami.  


Contra terremoto o país tem todos os recursos para lidar com o problema da melhor forma possível, porém tsunami é muito mais complicado, os únicos recursos são os alertas dados pelo governo japones e a evacuação rápida dos locais de risco. O Tsunami é muito mais destruidor pois vai arrastando tudo que esta a sua frente deixando somente ruínas, destroços e muita sujeira. Num terremoto ainda se pode correr ou se proteger em algum lugar, mas num tsunami, se você não correu antes, não vai adiantar correr quando a onda chegar, o vagalhão vai te arrastar a quilômetros de distancia. Garanto que muitos corpos jamais serão encontrados pois serão arrastados para o alto mar.

Após ao terremoto e ao tsunami habitantes de Hachimohe procuram os abrigos. Diante da tragedia todos se tornam iguais.

Já faz uns três anos que o Japão estava esperando este grande tremor e dando alertas sobre ele, por isso não se pode dizer que este incidente não estava previsto. Muito diferente de nosso país que todos os anos registram calamidades, como as da Região Serrana do Rio, e sempre estão por tomar atitudes a respeito e nunca tomam. Não precisamos ir muito longe, no nosso próprio estado (Rio Grande do Sul) esta ocorrendo uma calamidade em São Lourenço do Sul e proximidades, varias pessoas desabrigadas por causa de chuvas torrenciais.

São Lourenço do Sul- RS de baixo d'agua, não muito diferente do Nordeste do Japão


A tragédia no Japão esta abafando a outra tragédia que esta acontecendo em nossa própria terra, vamos ficar alertas para que isso não passe em branco.


Destruição? Enchurrada? Japão? Tsunami? Não, é São Lurenço do Sul

Região sul no Rio Grande do Sul, pontes e estradas destruidas.


Sei de gente que ia para Rio Grande mas que resolveu ficar em Porto Alegre porque as estradas estão bloqueadas e o desvio por Pantano Grande aumenta mais duas horas o tempo de viagem.

Por favor, temos que mandar ajuda nossos irmãos aqui do sul doando roupas e comida, etc. Procurem a defesa civil do nosso estado e faça a sua parte. O Japão vai receber a ajuda do mundo mas nós aqui temos que nos ajudar tambem.

Defesa Civil em Porto Alegre: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/codec/

Desculpas pessoal por sair do assunto proposto no blog, mas não tem como fechar-mos os olhos diante de tantos acontecimentos.

Oss